(Nota – estes textos referem-se à antiga freguesia de Santiago de Cassurrães e não à actual União das Freguesias de Santiago de Cassurrães e Póvoa de Cervães)
Orago: São Tiago
Actividades económicas: Agricultura e comércio
Feiras: Mensal (primeiras quintas-feiras de cada mês) designada por “Feirinha”
Festas e romarias: São Tiago (25 de Julho), Sra. de Cervães (2.º ou 3.º Domingo de Setembro), Santa Eufémia (segunda-feira de Pascoela e 17 de Setembro), São Silvestre (2.º Domingo de Janeiro) e São Pedro de Verona (29 de Abril)
Património cultural e edificado: Igreja matriz, Capela da Senhora de Cervães, Solar de Cassurrães e Capela de Santa Eufémia
Gastronomia: Queijo da serra e enchidos
Santiago de Cassurrães é uma freguesia do concelho de Mangualde, pertencente ao distrito de Viseu e à Província da Beira Alta. Esta freguesia encontra-se limitada a norte pelo rio Mondego e pelas freguesias de Freixiosa, Cunha Alta e Mangualde; a sul pela freguesia de Póvoa de Cervães; a nascente pelas freguesias de Abrunhosa-a-Velha e Chãs de Tavares; a poente pelas freguesias de Mesquitela e Cunha Baixa.
A freguesia possui uma área de 22,5 Km2.
Santiago de Cassurrães tem como orago São Tiago. Narra a história que Tiago era austero, rigoroso, possuía uma visão profundamente social do sagrado, que ele expressava claramente nas suas admoestações aos ricos. São Tiago foi bispo de Jerusalém, tendo sido martirizado, provavelmente no ano 61. As relíquias do Santo encontram-se na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma.
A sede da freguesia é Santiago, uma das mais interessantes povoações do concelho, não só pela sua situação geográfica, mas também pelo desafogado da área em que assenta.
A Igreja de São Tiago, ampla e de origem antiquíssima, pouco guarda da sua primitiva traça, pois toda ela dá a impressão de ter sido reconstruída nos fins do século XVII ou princípios do século XVIII. O Altar-Mor foi completamente reconstruído nos finais da década de 80 devido a um incêndio que o consumiu quase por completo.
Da sua origem guarda ainda traços inconfundíveis como o pórtico aberto em arcos de volta inteira de estilo do primeiro período romãnico e a porta travessa do lado sul que tem a encimá-la uma inscrição em caracteres góticos, hoje quase ilegíveis.
Perto da povoação, encontra-se a Capela de Nossa Senhora de Cervães, edifício construído no século XVII, que possui uma rica obra de talha e uma interessante colecção de pinturas, cobrindo em quadros todo o tecto da capela.
No que toca à cultura romana, Santiago de Cassurrães era atravessada por uma estrada latina, vinda de Viseu, passava no Monte da Senhora do Castelo em direcção à povoação de Almeidinha. Esta via romana atravessava ainda Cassurrães em direcção a Abrunhosa-a-Velha, seguindo para Linhares e Guarda. Actualmente, é possível avistar alguns vestígios dessa via situada entre Almeidinha e Cassurrães. Da época romana parecem ser também algumas sepulturas antropomórficas lavradas na rocha e localizadas de um modo disperso na Aldeia Nova. Infelizmente, devido à incúria do poder instituído, estes monumentos históricos não se encontram devidamente assinalados, nem preservados.
Cassurrães e Santiago de Cassurrães devem o seu nome a uma “villa” rural que na Alta Idade Média aqui estava implantada, dando continuidade a um povoamento por certo anterior em muitos séculos.
São actualmente dois risonhos povoados pouco distantes um do outro e separados por um pequeno curso de água que atravessa os terrenos da freguesia a caminho do Mondego.
Sobranceiro a ambos está o monte da Baralha, a lembrar os tempos da cultura castreja, em que os povoados se organizavam em sítios altos, de fácil defesa e grandes horizontes. Aí devia ter começaado o povoamento da freguesia, se bem que não esteja documentado arqueologicamente.
O paralelismo com tantos outros processos de povoamento é no entanto flagrante. A romanização da agricultura, alterou profundamente o “habitat” castrejo e trouxe as populações para o sopé dos montes, onde os vales férteis e as terras irrigadas permitiam um melhor aproveitamento das explorações agrícolas. Foi aí que se instalaram as muitas “villas” que sobrevivendo séculos, foram a origem das nossas freguesias.
Cassurrães era muito provavelmente uma “villa” rústica, propriedade hispano-romana dum “dominus”, que em genitivo latino se diria Cassuranis, tal como outros topónimos.
Escritos existentes nos informam acerca de outras tantas “villas” (Mouril, Villa de Mourelhas, por exemplo). Estas “villas” organizavam-se em torno da residéncia do senhor, incluíam as habitações para os trabalhadores, as eiras, lagares e celeiros, bem como abegoarias nas proximidades das terras de cultivo. Com o advento do cristianismo, o povoado foi entregue à protecção de Santiago, certamente com um pequeno templo, à volta do qual se aglutinavam os casais sucessores na exploração agrícola, da organização inicial.
Nas Inquirições de 1258, a paróquia estava já claramente constituída. Dizia-se de Cazurrães, o que indicia que a “villa” com aquele nome se estendia tradicionalmente até aos terrenos envolventes da igreja de Santiago. Esta sim, não dependia de ninguém. Deverá ter sido construída pelos paroquianos, que ao tempo mantinham o direito de padroado na comunidade, isto é, apresentavam a igreja, elegendo o seu pároco e geriam entre si os bens recolhidos.
Nos princípios do século XII, a paróquia pertencia administrativamente à terra de Zurara e era através do foral de Zurara que tinha consignado os foros e demais obrigações a pagar à coroa. Zurara ou Azurara era terra de povoadores particularmente protegidos desde que em 1102, o conde D.Henrique lhe deu foral. Alguns desses povoadores possuíram casais na freguesia, devendo por isso mesmo ter “honrado” parte dela. Entre 1246 e 1258, D. Soeiro Mendes de Melo deve tê-lo feito em Fundões, onde adquiriu uma propriedade que honrou.
No que toca a figuras ilustres oriundas de Santiago de Cassurrães destaca-se o Dr. Francisco Inácio Pereira de Figueiredo, nascido a 3 de Outubro de 1878, em Contenças de Baixo, foi médico municipal do concelho de Mangualde durante muitos anos. Foi nomeado Governador Civil do distrito de Viseu pelo Estado Novo, cargo que exerceu até 1939, ano da sua morte. As Cãmaras Municipais do distrito de Viseu erigiram um busto em sua homenagem. Actualmente, podemos encontrar o busto do Dr. Francisco Inácio no Largo do Rossio em Mangualde.
Também médico de profissão, Dr. Francisco Martins de Almeida, natural de Fundões, ficou conhecido graças à sua generosidade. Pessoa de avultados haveres, fez vários legados em testamento à Santa Casa da Misericórdia de Mangualde, destinando-os para a construção de um lar de idosos.
Dr. Manuel Pereira, nasceu em Contenças de Baixo. Foi um notável Inspector Superior Administrativo, porém a sua pessoa destaca-se na área política, nomeadamente no Partido Social Democrata, tendo ocupado o cargo de Ministro da Administração Interna no Governo do Professor Aníbal Cavaco Silva. Na freguesia de onde era natural ficou notabilizado graças à construção da sede da Associação dos Naturais da Aldeia de Contenças de Baixo.
José Guilherme Pessoa Pereira é considerado como o “benfeitor” da freguesia. Dono e possuidor de vários terrenos dispersos pela freguesia, tem-se mostrado sensível às solicitações de diversas instituições. Entre as suas doações destacam-se os terrenos onde se situam a Escola, o Lar de São José de Santiago de Casurrães e a sede da Associação dos Naturais da Aldeia de Contenças de Baixo. A creche e o jardim de infância de Santiago têm o nome de sua mãe, D. Aurora Pereira.
Figura notável da freguesia é também o Padre Dr. Celestino Correia Ferreira, pároco da freguesia desde 1966. Homem marcado por um dinamismo inato, foi responsável pela restauração das igrejas e capelas das paróquias que se encontram a seu cargo. Fundou o Centro Social e Paroquial de Santiago de Cassurrães, onde funciona o Lar de São José.
Paulo Lopes Martins é outro nome ligado à freguesia. Nasceu em Santiago de Cassurrães, tendo desempenhado ao longo da sua vida a actividade de padeiro. Graças a esta personalidade, que muito contribuiu para cultura da freguesia, foi fundada a Tuna Convívio.
(Textos tirados do “Dicionário Enciclopédico das Freguesias, 2.º volume – Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Viseu” e do CD Interactivo “Portugal Século XXI – Distrito de Viseu, Segunda edição”)
Compõem a freguesia os lugares de Aldeia Nova, Casal de Cima, Casal Mundinho, Cassurrães, Contenças de Baixo, Contençaas de Cima, Fundões, Outeiro de Cassurrães, Quintas Diversas e Santiago de Cassurrães. O crescimento urbanístico tem no entanto propiciado o aparecimento de novos aglomerados populacionais, que não sendo parte integrante de qualquer das povoações atrás referidas, poderíamos dizer que se constituíram em bairros autónomos. Concretamente oferece-se também referir o lugar da Senhora de Cervães, do Corte Grande ou Bairro Nossa Senhora de Fátima e do Santo.
Caracterização
Limitada a norte pelo Monte da Baralha e a sul pelo Mondego, dispõe-se encosta acima, num cumprimento à Serra da Estrela. Esta situação de privilégio, faz de Santiago de Cassurrães uma freguesia rica em produtos agrícolas. Actualmente porém, a agricultura que se pratica em quase toda a Beira Alta, é uma agricultura de subsistência não havendo uma ocupação permanente nos trabalhos agrícolas. Vai sobrando ainda a teimosia dos mais idosos a quem a força de vontade e a dedicação aos trabalhos do campo, os faz ainda mourejar de sol a sol. Para além da cultura do azeite e do vinho, de razoável expressão, a existência de extensos terrenos de pastagem fazem com que estas gentes se dediquem ainda com bastante sentido à pastorícia. Por aqui, ainda pastam enormes rebanhos de ovelhas, embora o fabrico artesanal do afamado a apreciado queijo da serra esteja a baixar assustadoramente, mercê da procura do leite pelos industriais de lacticínios, que pelo preço compensador que oferecem, desmobilizam os ovinicultores a produzir queijo.
É a freguesia servida por caminho de ferro da Beira Alta, com estação em Contenças de Baixo, que em tempos foi um importante cais de embarque de passageiros a mercadorias. Hoje, e por virtude da reestruturação levada a efeito pela CP, a estação foi encerrada. Na sede da freguesia há a realçar ainda o edifício da Casa do Povo. Pode dizer-se que a freguesia dispõe de infra-estruturas básicas, tais como Posto Médico(1), Farmácia(2), Lar de 3.ª Idade, Creches e Jardins de Infãncia, ATL e Centros de Dia.
(1) e (2) Entretanto fecharam.
Santiago de Cassurrães constitui-se como uma área privilegiada no cultivo de produtos agrícolas, graças ás condições climáticas e à morfologia dos solos. Actualmente, na freguesia pratica-se essencialmente uma agricultura de subsistência. No que toca aos produtos cultivados destaca-se a cultura do azeite e do vinho. Ao nível do sector primário é de salientar ainda a pastorícia.
Relativamente ao sector secundário destaca-se a existência da indústria transformadora, nomeadamente, serralharias, construção civil, materiais de construção e mobiliário. No que respeita ao sector terciário, é de salientar a existência de alguns cafés, mercearias, farmácia(1) e um posto médico(2).
A população de Santiago de Cassurrães pode usufruir dos serviços prestados pelo lar de terceira idade, este por seu turno possui um centro de dia e assistência ao domicílio. Em Contenças de Baixo é de destacar a existência de um centro de dia com jardim infantil.
No que toca aos serviços de saúde, os utentes de Santiago de Cassurrães encontram ao seu dispor uma farmácia(1) e um posto médico(2) (Extensão do Centro de Saúde de Mangualde), cujas consultas decorrem às Segundas, Quintas e Sextas-Feiras.
As crianças da freguesia também não foram esquecidas, podendo usufruir dos serviços prestados pela Escola de ensino básico 1.º ciclo de Santiago de Cassurrães e Escola de ensino básico 1.º ciclo de Contenças de Baixo(3). Na freguesia é de destacar ainda a existência de uma creche e de um jardim de infância públicos e um Lar de Idosos com serviços de Centro de Dia e Assistência ao Domicílio bem como Creche, Jardim de Infância e ATL da responsabilidade da Fábrica da Igreja.
(Textos tirados do CD Interactivo “Portugal Século XXI – Distrito de Viseu, Segunda edição” e outros)
(1), (2) e (3) Entretanto fecharam
Na freguesia beirã de Santiago de Cassurrães, podemos encontrar associações de vária ordem, nomeadamente, a Associação Cultural e Desportiva de Santiago de Cassurrães, o Centro de Solidariedade de Contenças de Baixo, o Centro Cultural, Recreativo e Desportivo de Contenças de Cima, o Rancho Folclórico Coração da Beira de Contenças de Cima, a Tuna Convívio de Santiago de Cassurrães,o Corpo Nacional de Escutas com o Agrupamento 1034 e a Associação de Guias de Portugal com a 1.ª Companhia de Guias de Santiago de Cassurrães.
No que toca à área da restauração, Santiago de Casurrães é servida por vários cafés. Assim sendo passamos a indicá-los.
Café Progresso (Santiago de Cassurrães)
Café Snack-Bar “Central” (Contenças de Baixo)
Café Central (Contenças de Cima)
Para aceder a esta rústica freguesia beirã, o turista tem à sua disposição várias vias de acesso, nomeadamente, a Estrada Nacional 16, seguindo pela Estrada Municipal 646. O visitante poderá ainda tomar a Estrada Nacional 232, a qual atravessa a freguesia no sentido Norte/Sul e comunica directamente com os caminhos municipais 1454, 1451, Estrada Municipal 646, caminho municipal de Santiago e da Aldeia Nova 1455, caminho municipal 1456 de Casal de Cima e a Estrada Nacional 646.
A freguesia é ainda servida por um caminho de ferro, linha da Beira Alta, com estação em Contenças de Baixo, que outrora fora um importante cais de embarque de passageiros e mercadorias. Actualmente, devido à reestruturação levada a cabo pela CP, a estação de Contenças de Baixo encontra-se encerrada, funcionando como Apeadeiro.
Na Aldeia Nova, o turista poderá desfrutar da vista panorâmica para a Serra da Estrela. Chegando à freguesia de Santiago de Cassurrães, o turista poderá passar pela Ermida da Senhora de Cervães, encontrando-se esta qualificada como património nacional. Na Aldeia Nova o turista poderá visitar a Capela de Nossa Senhora das Necessidades.
Prosseguindo na sua visita, o turista encontrará a Capela da Senhora de Cervães, cuja construção data de 1660. Em Fundões, o turista poderá visitar a Capela de Santa Eufémia.
Em Santiago de Cassurrães, o turista poderá ainda visitar a Capela e a Casa de José Guilherme Pessoa Pereira, cuja data da construção remonta ao século XVII. Em 1682 a Capela é dedicada à Sagrada Família. Provavelmente, no século XVIII é construída a zona residencial. Estes edifícios inscrevem-se nas estéticas maneirista e barroca, caracterizando-se pela abundância de motivos vegetalistas.
A igreja matriz da freguesia de Santiago de Cassurrães teve origem em tempos remotos, porém os suas características primitivas desapareceram na sua grande totalidade devido à reconstrução do edifício nos finais do século XVII e inícios do século XVIII. Na igreja é ainda possível observar algumas marcas do estilo românico e gótico.
Ainda na freguesia o turista terá a possibilidade de encontrar um fontanário datado do século XVIII e uma janela Manuelina na residência Paroquial em Santiago.
A Tuna Convívio tem já dois CDs editados, que, se o desejar, poderá adquirir. Bastará entrar em contacto com o responsável.
(Textos tirados do CD Interactivo “Portugal Século XXI – Distrito de Viseu, Segunda edição” e outros)
Num ambiente essencialmente caracterizado pelo convívio e hospitalidade, tendo a duração de um dia, realizam-se na freguesia vários festejos. A 25 de Julho celebra-se a festa em honra de Santiago. A Senhora de Cervães realiza-se no segundo ou terceiro domingo de Setembro. A celebração em honra de Santa Eufémia realiza-se em Fundões na Segunda-Feira de Páscoa. A 17 de Setembro vive-se o festejo em honra de São Silvestre de Casal Mondinho. São Pedro de Verona festeja-se no dia 29 de Abril e a Nossa Senhora das Necessidades de Aldeia Nova celebra-se no segundo Domingo de Outubro. No segundo Domingo de Janeiro realiza-se a festa popular da chouriça e do pé de porco, tal como reza a tradição.
Na primeira Quinta-Feira de cada mês realiza-se em Santiago de Cassurrães, no largo da Feirinha, a Feira mensal ou mercado.
No que toca aos cantares típicos da freguesia é de salientar a Canção e o Hino de Santiago de Cassurrães, cuja letra e a música são da autoria do Professor Daniel Amaral, falecido há muito, nasceu e residiu em Fundões.
Cantares de Santiago de Cassurrães
Hino
Nossa alma canta | Ridente e fagueira | Nesta terra linda | Sorriso da Beira
Santiago de Cassurrães | Miradouro da Estrela | Fadou-te Deus para seres | Das regiões a mais bela
Canção
Santiago é terra boa | Santiago é terra bela | Muita gente de Lisboa | Morre de amores por ela
Se fores à Beira Alta, olé | Não faltes em Santiago, olá | É terra hospitaleira | Gente mais franca não há, não há.
No que toca aos cantares típicos da freguesia, actualmente ainda se reproduzem os cantares das Janeiras e as danças carnavalescas.
No que respeita aos trajes típicos, outrora, em Santiago de Cassurrães, as mulheres usavam saias rodadas e compridas, calçavam tamancos e sobre a cabeça colocavam um lenço. Por seu turno, os homens usavam calças, coletes e chapéu.
Repleta de tradições a freguesia de Santiago de Cassurrães possui alguns provérbios, os quais passamos a transcrever.
Pelo São Tiago, deixa a amora e vai ao bago.
Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
Pelo São Martinho, abre o teu pipinho, mata o teu porquinho e faz o teu magustinho.
Nos tempos de lazer, os habitantes de Santiago de Cassurrães vivem momentos de descontracção dedicando-se ao “fito”, à corrida de sacos, entre outros jogos típicos.
Jogo do Fito
Este jogo consiste em lançar moedas para um pequeno pino “pau” de madeira, ganhando a “mão”, a moeda que se aproximar mais do pino.
Corrida de Sacos
Nesta prática, os jogadores colocam-se dentro de um saco de sarapilheira, executando um percurso em velocidade.
Desde tempos remotos, os povos foram entregando-se às crenças associadas normalmente a sentimentos religiosos. Os meios rurais, mais carenciados, afastados do progresso e da eficácia científica, foram aqueles que desde se cedo adoptaram algumas crenças. Santiago de Cassurrães, enquanto freguesia da beira interior não foi excepção, assimilando várias crenças que completam o seu vasto património cultural. Passamos a transcrever algumas rezas e superstições.
Reza contra o mau olhado
Numa telha colocavam-se brasas acesas, nove bocadinhos de pão de sábado, um raminho de arruda (planta de odor desagradável utilizada nas crendices), nove pedrinhas de sal e incenso. Todos estes elementos eram levados ao lume para que se fizesse fumo. Em seguida o fumo era passado pelo animal afectado e desenhando-se uma cruz, dizia-se:
Deus te deu e Deus te criou | Deus te desolhe quem mal te olhou | Uma to deu e trés to hão-de tirar
Que são as três pessoas da Santíssima Trindade. Esta prática era repetida três vezes, terminando cada uma delas com a recitação do Credo.
Oração das trovoadas
Bendito seja Deus, a flor donde Ele nasceu, a hóstia consagrada, a cruz onde Ele morreu, chagas abertas coração ferido, livrai-nos Senhor deste tal perigo.
(Textos tirados do CD Interactivo “Portugal Século XXI – Distrito de Viseu, Segunda edição” e outros)
Na freguesia de Santiago de Cassurrães, o turista poderá encontrar alguns pratos típicos, nomeadamente, a batata cozida com pele (batata à racha) acompanhada por Torresmos e morcela fritos. Este prato é normalmente confeccionado no dia da matança do porco. Nesta freguesia, o apreciador pode também deliciar-se com o saboroso queijo da serra ou de ovelha, a broa de milho com sardinha e com o toucinho de porco.
A sopa de grão de bico, também ela confeccionada no dia da matança do porco, é feita com batata, cenoura, grão de bico inteiro, massa cortada ou cotovelo, presunto do ano anterior, chouriço conservado em azeite e couve espanhola. Esta sopa era normalmente consumida nas casas menos abastadas.
No que toca à tradição vinícola, em Santiago de Cassurrães é de destacar a produção do vinho do Dão e de aguardente.
Esta região produz, maioritariamente, Vinhos Tintos caracterizados pelo seu teor alcoólico médio de 12ºC e uma inimitável coloração rubi.
Os Vinhos Tintos e alguns Vinhos Brancos estão sujeitos a um estágio mínimo obrigatório de duração diversa, em função da sua denominação e menções tradicionais qualificativas que, nos vinhos tintos, pode chegar aos 48 meses, antes de serem comercializados.
No que toca à doçaria tradicional, nesta freguesia beirã, o turista poderá apreciar a bola leve, os biscoitos e os doces tradicionais na época da Páscoa. Estes doces são confeccionados com farinha de trigo, ovos, açúcar, fermento, aromas de laranja e limão e um cálice de aguardente. Após ter misturado todos os ingredientes, leva-se a forno de lenha.
(Textos tirados do CD Interactivo “Portugal Século XXI – Distrito de Viseu, Segunda edição” e outros)
Em 1732 foram enviados inquéritos a todos os párocos, no sentido de ser elaborado um Dicionário Geográfico. No entanto grande parte das respostas a este inquérito perdeu-se para sempre durante o grande terramoto de 1755. Foi então enviado um novo inquérito, no caso da diocese de Viseu ao prelado diocesano, que depois o fez distribuir pelos diversos párocos no 1.º semestre de 1758. O que aqui se transcreve é a resposta dada pelo abade Agostinho Luís de Carvalho Freire e Vasconcelos a esse mesmo inquérito respeitante à Freguesia de Santiago de Cassurrães. Salienta-se que no Concelho de Mangualde, terá sido este o abade que melhor e mais exaustivamente descreveu a freguesia e em especial a Igreja Paroquial.
Estas memórias (da freguesia de Santiago de Cassurrães e das restantes do concelho de Mangualde) estão publicadas num livro editado pela ACAB (Associação Cultural Azurara da Beira) da autoria de Pedro Pina Nóbrega (Arqueólogo e Historiador), intitulado “O actual concelho de Mangualde nas Memórias Paroquiais (1732-1758)” no ano de 2008.
Com a necessária autorização do autor, a seguir se transcrevem as Memórias Paroquiais de Santiago de Cassurrães, bem como algumas notas introdutórias do próprio Pedro Pina Nóbrega.
Nota – Apesar dos esforços que efectuámos durante a leitura para conseguir transcrever a memória na íntegra, tal não nos foi possível. Por um lado por alguns fólios se encontrarem deteriorados, por outro lado pela acidez da tinta ou por esta ter trespassado a folha. Usámos o símbolo [—] para indicar uma parte do texto não legível e o símbolo [?] para indicar uma palavra ou expressão cuja leitura nos suscita dúvidas.
Os números precedidos de “f.” e que se encontram entre “[ ]” referem-se aos fólios.
A memória encontra-se na Torre do Tombo, no fundo denominado “Dicionário Geográfico”, volume 9, n.º 188, fólios 1223 a 1233. Para uma melhor compreensão da memória transcrevemos a itálico e negrito os quesitos enviados aos párocos.
O que se procura saber dessa terra é o seguinte: venha tudo escrito em letra legível, e sem breves.
Satisfazendo ao folheto e seus interrogatórios que Sua Magestade fidelissima manda e hordena etc.
Respondo pelo primeiro interrogatorio.
1. Em que província fica? A que bispado, comarca, termo, e freguesia pertence?
1.º Esta terra se chama Cassurens, está em a Província da Beira Bayxa [sic.], pertence ao Bispado de Vizeu e à mesma commarqua, há do termo da villa de Mangualde, comcelho e termo de Azurara da Beira, freguezia sobre si.
2. Se é d’el rei, ou de donatário, e quem o he ao presente?
2.º He de Sua Magestade fidelíssima. Nam tem donatário.
3. Quantos vizinhos tem, o numero das pessoas?
3.º Tem esta terra e freguezia vezinhos1 e moradores trezentos e nove, e o númaro das pessoas sam outocentas entre de maiores e de menores sam duzentas, nam consta de mais de prezente, por[?] hora. [f. 1224]
4. Se está situada em campina, vale, ou monte; e que povoações se descobrem d’ela, e quanto dista?
4.º Esta a dita terra situada em vale nam se descobrem cituaçoins só saindo ao largo do val em alguns altos se descobre todos os baixos da serra da estrella e terras que nelles ha a parte de sul que he gouveya e a villa de Linhares e a estas distão a terra tres legoas nesta distancia corre um val grande por honde corre o Rio Mondego que delle falará quem for vezinho porque da terra de Cassurreins dista grande meia legoa.
5. Se tem termo seu: que lugares, ou aldeias comprehende: como se chamão: e quantos vizinhos tem?
5.º Esta sujeita como em primeiro numero se dice.
6. Se a paróquia está fora do lugar, ou d’entro d’ele? E quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia; e todas pelos seus nomes?
6.º He freguezia sobre si. A paróquia está fora do luguar, no meio e largo da freguezia, tem junto a ella só as cazas da rezidência aonde asiste o Párocho. Consta a freguezia de sete lugares, que estam sugeitos à igreja, os coais sam: Cassurens, Aldeya da Igreja2, Cazal de Cima, Fundõins, Cazal Mundinho, Comtenssas de Baixo, Contenssas de Cima. [f. 1225]
7. Qual é o seu = orago = quantos altares tem, e de que sanctos: quantas naves tem: se tem irmandades: quantas, e de que santos?
7.º Ho orago desta igreja ou paroquial he o Senhor São Thiago, que por deferença de outras terras se asignam de São Thiago de Cassurens. Tem esta igreja sete altares: capella-mor, com ho orago Senhor São Thiago, dois colatrais, hum da parte do Ivangelho do Menino Jesus, o da parte da Ip’stolla do Senhor Santo António, tem nos lados das paredes, da parte do Ivangelho, duas capellas, huma de Nossa Senhora do Rozário e outra do Senhor Crucificado, chamada a Capella das Almas, da parte da Ip’stolla outras duas, huma da Senhora Santa Anna, outra do Senhor Sam Lourensso, fazendo estas frente humas às outras com igoaldade. Nam tem naves a igreja, mas se acha reformada e com aseyo e venerassam e bastantemente grande. Tem esta igreja duas torres dos lados, em frontespício, feitas pello prellado por sua devossam e zello, com seu atrio magistoso guarnecido de cantaria por todo; suas excadas para o mesmo fazendo terreiro grande, ao portico este com seu arco e ladrilho; tem mais a parochia sua tribuna donde serve para o canto das funcoins desta se saie pera hum eirado entre as torres guarnecido com suas grades. Com munta vista e ar hua que em the aqui se acha de prezente o estado da igreja. [f. 1226] A igreja tem huma Irmandade populoza, intitulada debaixo da protessam do Menino Jezus, e assim chamam a Irmandade do Menino, e nam consta de mays.
8. Se o pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação he, e que renda tem?
8.º O Párocho desta paróchia hé Abbade e se chama Abadia de São Thiago de Cassurrães. Hé aprezentada por padroeiro, por ser este Senhor do padroado, o fidalgo da Caza e Morguado da villa de Belmonte, Caetano Francisco Cabral. Este tem o padroado por ser vincolo da sua caza sem ser pôr merçe da Croa e assim tem continuado sempre e aprezenta a dita Igreja. A renda que a dicta Igreja tem he incerta por serem dismios a sua lutuassam certa huns anos por outros sam quinhentos mil Reis.
9. Se tem beneficiados: que renda tem: e quem as apresenta?
9.º Nam tem beneficiados.
10. Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas; e quais são os seus padroeiros?
10.º Nam ha conventos na freguezia.
11. Se tem hospital: quem administra; e que renda tem?
11.º Nam tem Hospital.
12. Se tem casa da misericórdia; e qual foi a sua origem, e que renda tem? E o que houver de notável em qualquer destas coisas?
12.º Nam ha Misiricordia em a freguezia mas sim em a gente m.ta caridade. [f. 1227]
13. Se tem algumas ermidas, e de que sanctos; e se estão dentro ou fora do lugar, e a quem pertencem?
14. Se acodem a elas romagem sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes?
13.º Tem esta freguezia e terra huma capella magistosa com grandeza e ornato, sobre si em acima do vale em hum largo campo muito vistoso, fora dos lugares. O seu horago há Nossa Senhora de Servãins, tem esta capella altares colatrais, em hum Santo Amaro e outro Sam Caetano e Nossa Senhora da Graça. Esta capella hé filial da igreja, donde os párochos aprezentam irmitam; tem obriguaçam a freguezia do seu ornato. Comcorre a esta irmida muita devoçam em o dia que se celebra sua festividade, que há em o dia do nome de Maria, muntas offertas de todo o género de frutos, comcorrendo com estes a freguezia e muntos mais devotos de mais partes, que estas offertas e seo producto o Párocho com os moradores logo as comvertem em obras na dicta irmida por ser esta da mesma freguezia.
Está no mesmo sítio e campo sobre si outra capella munto vistoza [f. 1228] e ornada com dois altares, que esta hé da Irmandade do Menino Jesus desta freguezia, que a governa e paramenta. Nesta tem as imagens dos Passos colocadas com munta decência e venerassam, que só saiem na funssam dos Passos que na dicta freguezia se faz, para o que concorrem os rendimentos da Irmandade, chamada esta capella do Calvário.
Neste pais se acham as cazas com seu quintal do irmitam goarnecido o pais de arvores tem em o largo e meio do terreiro sua fonte de bica com seu chafariz e com muito aseio e bizaria por este sitio passa hua extrada muito frequentada por dar pasagem para muitas terras e virem passar o Rio Mondego a huma ponte Rial e principal do Rio chamada a ponte Palhez que della fallará quem mais vesinho for.
Tem esta freguezia e terá no lugar de Fundoins dentro do mesmo povo [f. 1229] hua capella do horago de Santa Eofemia q he do mesmo povo fabriqueiro da mesma capella esta sigela [?] m.to ornada e com muito aseio e grandiosa a esta concorrem m.tas ofertas e m.ta gente de varias partes fazendo os muitos milagres por intercessam de Sam Benedicto e offertando-lhe os mesmos milagres. Com festa a capela guarnecida nam tendo dia nem tempo q/ nam está agente sempre correndo festejalla pela freguesia e povo. Sua festa em mesmo dia da Santa Eufémia dia em q/ concorre muita gente e offertas q/ [—]3 sem perder a convertem e, hobras necessárias a dita Capella e seu ornato.
Tem mais a freguezia em cada povo sua capella munto bem ornadas e compostas. O orago de cada hua he: em Contenssas de Cima o Senhor Salvador do Mundo, em Contenssas de Baixo Sam Pedro Mártire, em Cazal Mondinho Sam Silvestre, Aldeia da Igreja o Mártire Sam Sebastiam, Cassurens Sam Simam. Tem este povo duas capellas particulares com aseio, huma de Sam Joam Baptista outra dos Inocentes. [f. 1230]
15. Quais são os fructos da terra, que os moradores recolhem em maior abundãncia?
15.º Os fructos da terra que os moradores recolhem sam de todos os legumes centeio, trigo, milho, azeite e vinho, o que mais supre e em mais abundancia he os milhos.
16. Se tem juiz ordinário da cãmara; ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta?
16.º Nam tem juis ordinario.
17. Se he couto, cabeça de concelho, honra ou behetria?
17.º Nam he de Couto; nem cabeca de concelho pois he sugeita ao juis de fora de Azurara da Beira.
18. Se ha memoria de que florescessem ou dela sahissem alguns homens insignes por virtude, letras ou armas?
18.º Nam ha memoria que della sahissem homens de memoria.
19. Se tem feira, e em que dias, e quantos dura, e se é franca ou captiva?
19.º Tem hua feira que se faz todos os meses aos 15 dias do mes.
20. Se tem correio, e em que dias da semana chega, e parte, e se o não tem de que correio se serve, e quanto dista a terra aonde ele chega?
20.º Nam tem correio.
21. Quanto dista da cidade capital do bispado; e quanto de Lisboa capital do reino?
21.º Está a terra distante da Cidade de Vizeu Capital de Bispado sam tres legoas; e da Capital de Lisboa dista 50 legoas.
22. Se tem alguns privilegios, antiguidades; ou outras coisas dignas de memoria?
22.º Nam tem previlegios so fazeremse as procisoins Riais em a freguezia.
23. Se ha na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa celebre; e se as suas aguas tem alguma especial virtude?
24. Se for porto de mar, descreva-se o sítio, que tem por arte, ou por natureza; as embarcações, que o frequentam, e que pode admitir?
25. Se a terra for murada, diga-se a qualidade de seus muros se for praça de armas descreva-se a fortificaço; se ha n~’ela ou no seu districto algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente?
26. Se padeceu ruína no terramoto 1755, e em que: e se esta ja reparada?
27. E tudo mais, que houver digno de memoria, de que não faça menção o presente Interrogatório.
23, 24, 25, 26, 27.º Nada se acha em a terra do que se procura nem do se excreve [—]4 [f. 1231]
2 – O que se procura saber d’essa serra é o seguinte:
Da segunda advertencia que se fes e se procura em a Relaçam he o seguinte.
1. Como se chama?
1.º Está excrito em o primeiro capitulo do exposto que dis tem o seu nome Cassurens a terra.
2. Quantas leguas tem de comprimento, e quantas de largura; aonde principia, e acaba?
2.º O val donde está tem de comprido hua legoa donde principia; emthe o fim delle tem de largo de serra a serra meia legoa que nestadistancia se acha a freguezia plantadas todas as suas povoaçoins de que se compoen como está dito.
3. Os nomes dos principais braços d’ela?
4. Que rios nascem d’entro do seu sítio; e algumas propriedades mais notáveis d’eles: as partes para onde correm; e onde fenecem?
3.º Cetua este val duas serras; huma parte de norte chamada Serra da Lacioreira [?] outra a parte do nascente chamada a serra da pedra aguda de huma serra pera outra se nam desune pella parte do norte mas fas por partes baixas donde tem as estradas que atravessam estas serras e cada parte dellas tem sua Ribeira, pera o val estas nam sam caudalozas dam agua para regua das terras que ocupa o val da terra o curso destas he do norte pera o sul e se fanelizam em o Rio Mondego. [f. 1232]
5. Que vilas e lugares estão assim na serra, como ao longo d’ela?
5.º Estas serras naõ tem povoaçoins de vilas sem luguares amsi do que entre elles a freguezia de S. Thiago de Cassurens com este decifrado.
6. Se ha no seu districto algumas fontes ou propriedades raras?
6.º Nam tem fontes nem propriedades raras de maneira mais que os seus nascentes ordinarios, que fazem abundancia de Agoa as duas Ribeiras pera Regarem as terras do val.
7. Se ha na serra minas de metaes, ou canteiras de pedras ou de outros materiais de estimação?
7.º Nam tem as dictas serras minarais de metais e menos canteiros de pedras senam pedra brava sem estimaçam.
8. De que plantas, ou hervas medicinais he a serra povoada e se cultiva em algumas partes; e de que genero de fructos he mais abundante?
8.º Nam tem as serras plantas e menos ervas medecinais nam tem povoaçoins em partes se cultivam e dam centeio e sam muito geladas e frias nellas coalha a neve muitas vezes que he o que mais abundantes sam.
9. Se ha na serra alguns mosteiros, igrejas de romajem, ou imagens milagrosas?
9.º Nam tem Mosteiros, e menos igrejas de Romagem.
10. A qualidade de seu temperamento?
10.º A calidade de seu temperamento he munto frio no inverno e no veram munto calor por lhe dar milhor o sol. [f. 1233]
11. Se ha nelas crea´ções de gados, ou de outros animais, ou caça?
11.º Nas dictas serras pastam gados e todas as criaçoins tem raças de coelhos lebres e perdizes Rapozas, e por partes dellas aparecem lobos que destes he o seu pais.
12. Se tem alguma lagoa, ou fojos notaveis?
12.º Nam tem alagoas nem fojos dignos de memoria nem consta de mais couzas do que se expoem e declara.
13. E tudo o mais, que houver digno de memoria.
3 – O que se procura saber do rio dessa terra é o seguinte.
Na segunda digo terceira advertencia que se procura naõ tenho que dizer pois a terra naõ tem rios e menos navegaçoins so pella mesma laboram pera sua comgrua sustentaçam e ponha lhe Deus a virtude pera milhor se dizer.
Finis laus Deo.
Agostinho Luis de Carvalho Freire e Vasconcelos.
1 O termo vizinho e morador correspondia aos chefes de família, pelo que o número de moradores corresponde ao número de habitações.
2 Corresponde ao aglomerado junto da Capela de S. Sebastião.
3 Tinta repassada.
4 Folio delacerado.
Nota do webmaster – Apesar do Abade ter escrito “Província da Beira Bayxa”, Santiago de Cassurrães sempre pertenceu à Beira Alta, devendo esta indicação ser fruto de algum equívoco (informação dada pelo Pedro Pina Nóbrega). Os erros ortográficos, não o são na realidade, é tão só a maneira de escrever no século XVIII.
Hino de Santiago de Cassurrães, executado pela Tuna Convívio da Casa do Povo de Santiago